quarta-feira, 4 de julho de 2012

A bomba relógio

É como uma bola presa no meio da garganta. Não dá pra respirar. Ar não desce, ar não sobe.
É como uma mordaça invisível que impede de falar, expor opinião, sem respeitado pelo que pensa.
É a falta de coragem de arriscar o novo, de ser aquilo que se quer ser e não o que os outros decidem.
É a obrigação invisível de seguir trejeitos, regras e atitudes da sociedade sem concordar com nada disso.
É uma situação que cresce cada vez mais, engorda, toma proporções que não pode se controlar.
É algo que, a medida que o tempo passa, não para de crescer.
É sentir-se desesperado por não poder fazer tudo o que se quer fazer.
É fechar os olhos para tudo o que se considera errado, e fingir que acredita.
É sentir-se perdido, sem saber o que fazer. Ponto preto na areia do deserto.
É gritar a plenos pulmões sem que ninguém escute.
É fingir-se de cego quando se consegue ver.
É sustentar uma situação por medo da reação dos outros quando não se aguenta mais.
É manter um sorriso por fora quando as palavras começam a faltar.
É observar coisas maravilhosas acontecendo e nem isso bastar.
É saber que é ridículo sentir-se assim, injusto, mas não saber como lidar.
É sentir receio e não saber como nem quando esta bomba relógio vai estourar.


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